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sábado, 28 de maio de 2011

Será o destino???


Nunca pensei muito sobre o destino. Mas, passei a pensar depois de receber um email que narra uma história, no mínimo interessante. Começa assim...

Por favor! Sei que você não me conhece mais preciso lhe contar uma história. Prometo que serei breve... Morei em uma residência universitária (já faz alguns anos) e lá além de crescer intelectualmente, também amadureci muito refletindo e avaliando o comportamento das pessoas. É por isso que quando falam pra mim: — “assisto o Big Brother pra conhecer o comportamento humano”. Eu sempre rebato essa desculpa idiota assim: Se você quer conhecer o verdadeiro comportamento das pessoas em situação limite da sobrevivência, sem máscaras, câmeras e milhões, vá morar em uma Residência Universitária, de preferência pública. Quando falo isso elas sempre me olham com raiva e porque sabem que no fundo não assistem por causa disso. Mas, sigamos com a história... Era muito engraçado quando havia assembléia na casa; as pessoas se posicionavam de acordo com seus interesses particulares, os quais, por muitas vezes ignoravam os verdadeiros problemas existentes e criavam outros (tipo o que os políticos fazem), no intuito de praticar o uso da retórica e atrair admiradores. Ah! Como era divertida a chegada dos calouros. Nossa! Era pura algazarra: banho de mangueira na lavanderia, cabeça raspada, músicas, poemas... E claro, dinheiro para os veteranos comparem umas bebidas para festejar, porque ninguém é de ferro, certo? Ah! Vou te falar sobre o meu quarto, ou melhor, onde eu me escondia. O quarto tinha capacidade para seis pessoas, mas, às vezes ficavam sete e este (coitado) dormia no chão. Era um horror dormir na residência (cogitar sobre isso só era permitido depois da meia noite e olhe lá!) e quando se dormia no chão do quarto (foi o meu caso por um tempo) a pessoa era obrigada a ser o último a se deitar e o primeiro a se levantar; caso não quisesse ser esmagado ou chutado por alguém. Você tá rindo, não é? Passei muito perrengue na casa, muito mesmo, de ser xingado a troco de nada, ficar sem ter o que comer etc. Sabe, uma das coisas mais difíceis na Residência para mim, sem dúvida, foi aprender a conviver com as diferenças e respeitar a individualidade de cada um. Realmente, não é algo muito fácil de se aprender, ainda mais da noite para o dia. No entanto, é algo de fundamental importância para se sobreviver saudavelmente, em um ambiente tão diverso e ao mesmo tempo tão particular como a Residência, por tal motivo, poucos conseguem essa proeza. Aos trancos e barrancos consegui chegar ao final do meu curso, enfim último semestre! A essa altura do campeonato eu amava a Residência, como se fosse a minha casa. Não, não foi por ter um armário e uma cama, mas, sim por encontrar verdadeiras amizades e descobrir que família é o coração da gente que escolhe. No entanto, queria muito sair de lá e construir uma nova jornada em minha terra natal ou onde os bons ventos me levassem. Mas, a vida é cheia de surpresas... Um grande motivo me fez desejar ficar mais um pouco... Se você pensou em uma paixão acertou. Nossa! Como ela era linda, mais parecia uma deusa que saíra das lendas africanas ou talvez das histórias gregas, só para me fazer sonhar acordado e perceber o quanto a vida faz sentido quando se suspira por alguém. Não, não namoramos. Na verdade ela nunca soube dos meus sentimentos; meus lábios nada lhe disseram apenas meus olhos gritavam guando ela passava deixando seu delicioso perfume no ar. Hoje me arrependo muito de não ter tentado, talvez tivéssemos vivido uma linda história de amor. Sei, sei, fui um covarde! Hoje tenho uma brilhante carreira, filhos e esposa; mas, esse amor ainda queima em minha alma. Não, não tenha pena de mim, não quero isso. Escrevo apenas para desabafar e dizer o quanto foi importante e enriquecedor a minha temporada em uma Residência Universitária. Talvez não faça muito sentido esse emaranhado de lembranças para você, mas acredite algum dia fará. Só te peço um pequeno favor, caso queira compartilhar esse email com alguém, não divulgue a minha identidade. Sei que não te conheço, mas, sinto que o destino me fez enviar esse email para a pessoa certa. Obrigado por ler até o fim e um grande abraço.

Entendeu agora o porquê de pensar sobre o destino?! “Só sei que nada sei” e por tal motivo decidi publicar esse “emaranhado de lembranças”, mas, como o autor pede sigilo acerca de sua identidade fiquemos apenas com a sabedoria de suas memórias.                       

Por: Jacilene Marques Salomão. 
Fonte: RESINFORME: Informativo da Residência Universitária. Ano II,  nº II- Publicação bimestral-Março/Abril de 2011.

Um comentário:

  1. Fico feliz em poder contribuir com o Blog da Graduando, espero que gostem do texto!

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