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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

NO BERÇO INDIANO: SALVE ZEBU! HUUM...BOM ZEBU!

          

Vamos! Entre, escolha a sua mesa, sente-se e observe! Tudo em sua volta lembra um jogo, uma pequena arena. – Quem dá mais! Quem dá mais! – dispara o leiloeiro ávido por braços levantados, ameaçando bater o martelo.
Um leilão de Zebu! Na Expofeira 2011. Uma grande passarela cercada, um terreiro de chão batido, botas e botinas circulando, uma equipe de gente bonita, e agitada, pronta no acudir um braço ansioso, (mas acho que pode ser o dedo) acompanhando o bater do martelo.
Bem, hoje, é a vez do Zebu, o corcunda charmoso, e lá vem ele, seguido pelo eco do leiloeiro: – Quem dá mais? – Quem dá mais? O todo-poderoso, o puro sangue... Entrou mastigando, digo, ruminando (ato de retornar o alimento do estômago para a boca e remastigar). Eca! Tem que ter muito estômago!
Atenção! Na passarela as raças: Guzerá, Gir, Nelore, Indubrasil, Sindi e Bhahman são as mais adaptadas ao clima tropical, como o do Brasil. Os Zebus possuem grande resistência a carrapatos, seu pescoço é curto, estreito e com barbela ampla – Quem dá mais? O cupim é bastante desenvolvido nos machos, para alegria das fêmeas. Pele fina e pêlos curtos. Gosto deles!
Na Índia, o berço dos Zebus, essas criaturas são consideradas sagradas, e jamais nenhum indiano pensou nelas para o abate, selecionadas apenas para produção de leite. Para eles, é a grande “mãe” – Salve Zebu!
Em meio à poeira e olhares de seleção, bandejas de bebidas e de petiscos pairam sobre as nuvens, de compra ou não? Por entre as mesas, equilibram-se os garçons. Plantados nas cadeiras, estão os pecuaristas de olho nos touros puros que vão cobrir suas vacas na estação de monta. Outros apostam nas novilhas de alto padrão, querendo investir no mercado da genética; e há, ainda, os que preferem a cria, recria e engorda para o corte. Do topo da elite à base da economia de mercado. Dispara o leiloeiro: – Quem dá mais? Quem dá mais? Quem dá mais? – Fecho! Para o senhor de chapéu laranja.
– Quem? Eu? (eu vi... ele só queria um salgadinho da bandeja, que o esnobava). E com isso, seu sorriso acompanha a bela garota, que caminha em sua direção: – Por favor, senhor, qual é o nome da fazenda? – Fazenda ZUADA! E o leiloeiro repete várias vezes o nome da fazenda, e do proprietário – E quem dá mais? – Quem dá mais pelo prazer de participação, associação, aceitação por parte dos companheiros, da troca de amizades, afeto e amor? Façam suas apostas neste jogo sociológico, psicológico e econômico.
– Quem dá mais? Salve! Salve! Zebu.
    
Cintia Portugal

Esse texto, modificado, é uma publicação do jornal Folha do Norte, coluna "Caminhando pela cidade", 26 de agosto de 2011.

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