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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Se não começar numa reunião...

Por Danilo Cerqueira Almeida*


Este dia (14/10/2011) comecei a traçar um pouco da história de nossa revista acadêmica da graduação em Letras da UEFS, a Graduando. Começarei pelo início, como todo comum revelador de histórias.


As nossas primeiras reuniões aconteceram, principalmente, no Diretório Acadêmico de Letras e Artes José Jerônimo de Morais e na praça do Engenho e da Arte, vulgo Praça do Borogodó (dependências da UEFS, Universidade Estadual de Feira de Santana). Entre os primeiros meses de 2010, Aline, Danilo, Eliseu, Paulo César e Wellington, estudantes de letras, dispomos de parte de nosso tempo de graduandos para conversar, organizar as atividades e preparar todas as ações em torno da revista Graduando.

Organizar sim, mas, antes de tudo, conversar. Nossas conversas percorriam todos os detalhes de uma revista acadêmica: discutimos o perfil de cada membro do conselho editorial e da revisão; discutimos o símbolo da revista numa das conversas mais demoradas que já tivemos; discutimos os passos pelos quais cada artigo deveria passar até a publicação. Não tínhamos experiência, mas estávamos interessados em fazer uma coisa importante para o curso, fazer da publicação uma das partes que faltavam ao estudante que, por excelência - e por que não, por existência – conhece o universo das Letras. Parte da nossa motivação já está descrita na apresentação do primeiro número da revista, lançada em 02 de dezembro de 2010. Mas o lançamento é para outra história. Ainda estamos nas reuniões.



Nossas reuniões... nossas reuniões são bem legais. São demoradas. São “rusguentas”. São francas. São conscientes. São chatas (relatos de alguns). São democráticas, ou seja, bem “degustadoras” de opiniões. É um processo lento, mas que é sempre colocado por alguns dos presentes como necessário para a confirmação do projeto que a revista planeja e pretende para o curso. Alguns estudantes compareceram às reuniões, comentando, tirando dúvidas, expondo sua opinião - não ficaram conosco. Alguns dos cinco citados anteriormente já não podem - fazer o quê, não é! Essas contribuições, creio, devem estimular - e realmente estimulam - a continuidade, não das pessoas que fazem (ou fizeram) parte dessas reuniões, mas a sucessão da ideia que representa fazer parte de um projeto para nossa realidade. Se novos estudantes participarem dessa ideia,  atividades não faltam; se aparecerem para ajudar durante algum período, "que seja eterno enquanto dure" e eternizado memória da revista.

Nossas Reuniões aconteceram em vários lugares durante os dois primeiros meses de 2010. Nosso primeiro registro de e-mail é do dia 17 de março de 2010. As reuniões certamente devem ter começado antes disso. Seria mais correto falar no período entre janeiro e fevereiro (certamente em algum rascunho temos uma data anterior), mas temos no momento apenas o e-mail como dado concreto. Preciso revisitar minhas anotações. Lembrei-me de que, um dia, sugeri que escaneássemos algumas de nossas anotações para postar no blog. Alguém fez aquele sorriso de “desdém-censura” e eu deixei pra lá. Até conseguirmos um espaço no NEP (Núcleo de Estudos Portugueses), demorou um tempinho. Não muito, mas o suficiente para termos na memória algo importantíssimo: ainda que tenhamos os pés no chão, sempre seremos andarilhos. Do início até o lançamento da primeira edição acabamos em 4: Aline, Danilo, Eliseu e Wellington.

Voltando um pouco, a escolha da logo que apareceu pela primeira vez na recepção aos calouros do semestre 2010.1 foi muito difícil. Debatemos aspectos muito específicos de algumas das sugestões para a logo da revista. O slogam (a frase) foi elaborada por um dos integrantes da comissão, mas nem por isso foi menos discutido (stricto sensu, ou seja, bem "ralativo").

Saímos de nossas reuniões para, por exemplo, convidar conselheiros e revisores. As conversas com cada futuro conselheiro e revisor foram tranquilas, sem grandes questionamentos. Em alguns casos presenciamos comportamentos de quase euforia. Comentamos sobre isso. Gostamos disso. Pareceu que se estava aguardando alguém (ou alguns, o que é mais certo) que tomasse (m) esse projeto, que ele surgisse de um nada que é tudo, a sala de aula. Quis o destino (talvez maneira de dizer) que um grupo de estudantes desse uma cara ao projeto de fomentar a divulgação dos trabalhos acadêmicos da graduação (licenciatura) em Letras da UEFS. Alguns acontecimentos estão em nossas memórias, outros se perderam, por causa das muitas atividades executadas (às pressas quase sempre, diga-se de passagem) por nós em quase dois anos de atividade... atividade de pensar sobre nossa realidade. Mas, voltemos às reuniões, onde tudo deve começar.



Certa vez já disse alguém de nossa comissão, em qualquer lugar onde nos encontrávamos: Já estamos reunidos, isso vai virar uma reunião? Realmente, sempre tivemos muita coisa pra acertar sobre nossas atividades. As reuniões aos sábados não dão conta e nossas atividades pela revista e comumente as que realizamos durante a semana não suprem o volume de atividades - que vão, inclusive, por algumas tarefas do processo de avaliação. Isso também será assunto para novos textos.

As discussões (aqui no sentido comum) acontecem sim em nossos encontros, inclusive gerando certo (des)conforto para as pessoas mais próximas, pessoas não próximas e pessoas não tão próximas. Entretanto, sentimo-nos suficientemente orientados por nossas experiências, leituras (de livros), reflexões e professores para valorizar a opinião do outro, de nosso companheiro de um trabalho em dupla, trio, quarteto...


*Danilo Cerqueira é Graduado em Letras Vernáculas pela UEFS, está fazendo especialização em estudos literários, também na UEFS, e integra a Comissão editorial da Revista Graduando.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Video em homenagem ao professor e escritor Aleilton Fonseca

Uma homenagem a este construtor de conhecimento, que faz sua voz ser ouvida onde estiver...


Aleilton Fonseca é prof. da UEFS e Doutor em Letras pela USP
Video prodizido por Claudia Campos

Poema As formas do barro

AS FORMAS DO BARRO
Eu trago as formas do barro
esculpidas em minhas mãos:
o cheiro molhado de argila
umedece as minhas palavras
e o sol que vem do passado
revela um segredo guardado.

A mão cumpre o risco no ar
e os dedos beneficiam a argila,
mergulhando no gesto vertical.
A esquerda recebe a dádiva
e juntas compartilham o corpo
medido em areia, argila e água.

O verbo nas mãos se enconcha,
se eleva, beija o ar em curva,
e sobre o vazio da forma passa
contra a madeira sem reclame.
A direita alça o arco de arame
e as aparas se despem da massa.

Assim se repete a procura
em novo bolo que se enforma:
vira-se a forma sobre a mesa
de trabalho do artesão,
e feito o asseio de areia,
dois poemas brotam no chão.

De dois em dois, em soma de pares
os montes de argila se multiplicam.
E o oleiro, sem que se repare,
contempla as paredes do futuro,
que hoje, por certo, ainda abrigam
os seus sonhos riscados num muro.

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