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terça-feira, 10 de abril de 2012

ABAIXO AO MONSTRO DO COMODISMO! VIVA FEIRA DE SANTANA

Por Wellington Gomes de Jesus*


Como todos já sabem, acredito, Feira de Santana foi transformada em Região Metropolitana em junho de 2011, que é o grupamento de municípios com interesses comuns e projetos compartilhados. Segundo o atual secretário municipal de planejamento, Carlos Britto, em entrevista para o canal G1, vai existir “várias cidades no entorno de Feira que juntas irão discutir transporte, intervenções urbanas, captação de recursos, representação política, brigando por obras de infraestrutura na cidade”, e acredita “que vai dar uma guinada boa se os objetivos de todos forem comuns”. Vejamos bem: se os objetivos de todos forem comuns. Coisa difícil!

Entretanto, amigos, a massa feirense, o grande povo, não faz a mínima ideia do que significou esse evento, tampouco as autoridades se incomodaram em socializá-lo. Feira de Santana, da maneira como se encontra, ainda vai levar muito tempo para se tornar cidade, e quando se tornar não terá dado conta disso. Ainda somos um pequeno vilarejo assombrado pelo antigo regime dos currais eleitorais e do clientelismo político da República Velha.

Pois é! A administração pública trata o cidadão de Feira com mesquinhez e ignorância, acreditando ser um povo segregado é frágil, sem poder de decisão e transformação. E não é de todo mentira. Pois, num passado recente, as pessoas iam às ruas para defender seus interesses pessoais e coletivos, iam até as últimas consequências de seus empreendimentos, mas agora não, o individualismo e a hipocrisia tomaram conta delas, como numa epidemia avassaladora. Prova disso é o recente aumento da passagem de ônibus urbano para R$ 2,50 e a curiosa atitude dos usuários, cidadãos feirenses, que “enchem” os ouvidos de motoristas e cobradores de ônibus com palavras de baixo calão e frases irônicas sobre o assunto e deixam estudantes estigmatizados, enfraquecidos e solitários nas ruas, quando deveriam reclamar, também, os seus direitos a quem de fato poderia resolver o problema. O certo é que o povo desta terra tem jogado muita conversa fora. Será a lei do mais forte ou a lei do acuado? Do indefeso? Do órfão? Creio ainda que seja outra lei: a do medo.

É isto. O povo feirense é órfão de pai e mãe e não aprendeu a lutar por sua própria sobrevivência. Tem esperado que uma força do além venha resolver os problemas sociais que tanto o assola; e esquecido de, ele mesmo, dar o primeiro passo, do lado de fora, para as mudanças almejadas apenas entre quatro paredes.

Está mais que na hora dos novos metropolitanos abandonarem, de uma vez por todas, a condição de vítimas do sistema de corrupção e apatia administrativa de prefeito, vereadores, secretários e companhia limitada, e quebrar a velha ideia de que pessoas de culturas, lugares e costumes diferentes nunca se unem. Pelo contrário, o povo feirense é a mistura que pode e deve dar certo.



*Wellington Gomes de Jesus é graduado em Letras com Espanhol pela UEFS e membro do Conselho Editorial da Revista Graduando

Um comentário:

  1. Bom dia, meu Caro!

    Não queira esquentar a cabeça com a população de Feira de Santana. Não há nada que façamos para mudar a apatia deste povo alienado. O melhor que você tem a fazer é continuar apresentando as novidades, não deixe de fazer isso. Há sempre alguém precisando sair do abismo da ignorância, não queira atingir a massa. Eles não querem a igualdade querem ser iguais. Bom texto.

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