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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Ninguém quer ser negro

Por Rosana Carvalho Brito*

Certa vez entrei em um estabelecimento para tirar xerox de um documento. Fui atendida por duas funcionárias de aparências próximas, curiosa para saber se guardavam algum parentesco entre si, interroguei uma delas, essa com um tom brincalhão, me respondeu de pronto “Minha irmã? De jeito nenhum, na minha família não tem preto” nisso a outra irritada revidou “Essa é boa! Uma nega de dá veneno, falando de mim”. Eu percebendo que a discussão se estenderia, recebi meus papéis, paguei e tratei de sair de lá. No caminho de volta não pude deixar de me perguntar qual era o critério que a moça que interroguei usou para não se classificar como negra, ela se parecia com a outra inclusive no tom da pele, se diferenciava apenas por ter cabelos mais claros, com fio reto e aparentemente mais fino. Como essa moça, muitas outras pessoas fazem toda questão de deixar claro que não são negras, mesmo quando são. Isso leva a uma conclusão bem óbvia: atualmente os negros ocupam funções sociais que no passado pareciam inalcançáveis, mas, ainda assim são vistos com um olhar diferente, tanto é que poucas pessoas não têm vergonha de afirmar: “Eu sou negro”. 

Feira de Santana, 25/04/2013

*Rosana Carvalho Brito é estudante de Letras Vernáculas

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